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TRATAMENTO POR VIA LAPAROSCÓPICA DA ACALÁSIA. Experiência em 28 casos. TRALHÃO, J.G., MILHEIRO, A., MARTINS, M., MANSO, L.C., CASTRO SOUSA, F. Hospital Universitário de Coimbra. Departamento de Cirurgia, Serviço de Cirurgia III Coimbra, Portugal

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INTRODUÇÃO

A acalásia é a dismotilidade esofágica mais frequente, com uma incidência de 0,5 a 1 por 100.000 1 2;  caracteriza-se por uma ausência do relaxamento do esfíncter esofágico inferior (EEI) aquando da deglutição e alteração da peristalse ou mesmo por aperistalse esofágicas. A acalásia resulta da lesão dos neurónios intramusculares. A causa da degeneração dos gânglios neuronais ou da desnervação é desconhecida embora pareçam estar implicados factores autoimunes e / ou virusais 3 4 5. Esta entidade nosológica é caracterizada por um quadro clínico integrando uma disfagia funcional, regurgitação, dor retroesternal tipo queimadura, dor retroesternal pós-prandial, malnutrição e aspiração de alimentos associado a pneumopatias de repetição. No seu conjunto este quadro clínico caraceteriza-se por uma má qualidade de vida dos doentes.  
Ainda hoje o tratamento da acalásia tem como objectivo tratar os sintomas, não solucionando as alterações neuropatológicas subjacentes às alterações do peristaltismo e a ausência de relaxamento do EEI. Várias opções não cirúrgicas têm sido preconizadas: dilatação endoscópica do EEI ou injecção de tóxina botulinica no EEI, assim como a utlização de nitratos ou de inibidores da bomba de cálcio.
Heller propôs em 1913 a cardiomiotomia anterior e posterior por via torácica para tratamento do cardioespasmo crónico associado à acalásia 6. Este foi posteriormente modificado por Zaaijer, em 1923, que propôs a realização apenas da cardiomiotomia anterior 7. O aparecimento de refluxo gastroesofágico (RGE) em cerca de 60% dos doentes submetidos à cardiomiotomia de Heller levou à realização de uma manobra antirefluxo 8. Outras modificações foram realizadas e desde os anos 1990, com o advento da abordagem laparoscópica, o tratamento cirúrgico da acalásia tem sido enfantizado porque se associa a menor dor pós-operatória, diminuição do tempo de internamento e de complicações parietais. Por outro lado se a eficácia terapêutica (média±DP) no caso da dilatação pneumática varia de 72% ± 26% e da injecção da toxina botulinica de 32% ± 19% 9 10; na miotomia cirúrgica a eficácia é superior a 90% no alívio da sintomatologia associada á acalásia 9 10. Por outro lado o impacto dos tratamentos endoscópicos no sucesso do tratamento cirúrgico é controverso 11 12
O objectivo deste estudo é divulgar a nossa experiência no tratamento cirúrgico por via laparoscópica da acalásia.

 

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