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RESULTADOS
Não houve mortalidade operatória nem morbilidade major. A morbilidade minor ocorreu em dois doentes (7,8%): uma retenção urinária (n=1) e um hematoma de orifício de trocarte (n=1). A duração média do internamento foi de 4 ± 0,8 dias (limites: 3 a 6 dias). Todos os doentes foram submetidos à intervenção de Heller-Pinotti por via laparoscópica. A taxa de conversão foi de 0%. Em sete casos (25%) ocorreu microperfuração da mucosa esofágica na zona da miotomia que foi tratada com um ponto de fio reabsorvível 4/0. Cinco destes doentes (71%) tinham sido submetidos a tratamento endoscópico da acalásia: três a duas dilatação e injecção de toxina botulínica, um a três dilatações e um a uma dilatação (Quadro I). Em dois dos 12 doentes (17%) não submetidos a qualquer tratamento endoscópico, em dois dos 12 (17%) submetidos a dilatação endoscópica e em três (75%) dos quatro doentes submetidos a dilatação e injecção de tóxina botulínica endoscópica previamente ao tratamento cirúrgico verificou-se perfuração da mucosa aquando da cardiomiotomia. Na nossa série, verificou-se que os doentes submetidos a tratamento endoscópico da acalásia antes do tratamento cirúrgico tiveram maior percentagem de perfurações per-operatórias da mucosa esofágica aquando da cardiomiotomia (p<0,045) (Quadro I). Este facto foi mais evidente nos doentes submetidos a dilatação e injecção da toxina botulínica do EEI (p<0,013).
Nenhum doente foi perdido para o follow-up. O tempo médio de catamnese foi de 12,5 ± 25 meses (limites: 5 a 132). Não houve necessidade de efectuar qualquer reintervenção. Vinte e quatro doentes (86%) foram classificados como Visick I e três (11%) Visick II. Destes, dois referem queixas de RGE que necessitam esporadicamente de tratamento médico e os restantes de discreta disfagia que não necessitou de qualquer tratamento médico ou endoscópico. Um doente foi classificado como Visick III porque apesar do estudo endoscópico per-operatório não revelar qualquer dificuldade na progressão do endoscópio, veio a referir disfagia para sólidos o que obrigou á realização duma dilatação endoscópica; encontrando-se bem oito anos após a dilatação. Nenhum doente foi classificado como Visick IV.
Quadro I – Relação entre o tratamento endoscópico pré-operatório e o risco de perfuração per-operatória no tratamento cirúrgica da acalásia (n=28)
Tratamento endoscópico
pré-operatório |
Perfuração
(n=7) |
Sem perfuração
(n=21) |
p |
Sem (n=12) |
2 |
10 |
|
Dilatação do EEI (n=12) |
2 |
10 |
0,045 |
Dilat. + Inj. tóxina bot. do EEI (n=4) |
3 |
1 |
|